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2.10.11

Quase o anjo


Sou o vento.

Uma faca girando no espaço entre o arremesso e o alvo.
O impacto do acerto.

Saltando entre o instante e o não. Entre o agora e o que será.

Meu desejo é rasgar o finito.
O que transborda o corpo e precisa se dançar.
O punho cerrado no tronco de uma árvore.

Uma explosão. Os pedaços caindo um a um.           
O dedo em frente a boca que pede silêncio.

O outono que precisa chegar.