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1.7.12

E desse amor?


Eu daqui não sei amar de outro jeito.
Já soube, dum tipo que às vezes deixava na mão, por demais egocêntrico - e tinha cá pra mim que precisava ser menos ansioso (mas não menos intenso), menos cercado (mas não menos cuidadoso), menos egoísta (mas não menos pra meu bem).


Tá dando numa coisa gostosa, viu?
E minha felicidade vai sendo colhida como resultado de esforço, atenção e disponibilidade. 


Na hora dos apertos, não ajo com paciência. 
É mais compreensão de como é o tempo de cada coisa (isso é paciência?), de que tem horas que não tem resposta, não tem conversa. 


A dois vai surgindo o sentido do que precisa de sentido.


Pego umas palavras emprestadas do Vinícius (que reencontrei com uma irmã canceriana) pra saudar essa filha de capricórnio que passeia de través pela minha vida - e que não gosta desse lance de signo.




Soneto do Amor Total 
(Vinícius de Moraes - se fosse meu chamaria "Soneto do Amor: to Tal" -] )


Amo-te tanto, meu amor ... não cante
O humano coração com mais verdade ...
Amo-te como amigo e como amante
Numa sempre diversa realidade.


Amo-te afim, de um calmo amor prestante
E te amo além, presente na saudade.
Amo-te, enfim, com grande liberdade
Dentro da eternidade e a cada instante.


Amo-te como um bicho, simplesmente
De um amor sem mistério e sem virtude
Com um desejo maciço e permanente.


E de te amar assim, muito e amiúde
É que um dia em teu corpo de repente
Hei de morrer de amar mais do que pude.